terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Marrocos


المملكة المغربية
ⵜⴰⴳⵍⴷⵉⵜ ⵏ ⵓⵎⵔⵔⵓⴽ

Reino de Marrocos
Bandeira de Marrocos
Brasão de armas de Marrocos
BandeiraBrasão de armas
LemaAllāh, al Waţan, al Malik
em (Deus, Nação, Rei)
Hino nacionalHymne Chérifien
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GentílicoMarroquino(a)

Localização de Marrocos

Localização de Marrocos e do Sahara Ocidental
CapitalRabat
Cidade mais populosaCasablanca
Língua oficialÁrabeBerbere 
GovernoMonarquia constitucional
 - ReiMohammed VI
 - Primeiro-ministroAbdelilah Benkirane
Formação7891 2  
 - Unificação daDinastia Saadiana1554 
 - Dinastia Alauita(presente)1666 
 - Independência daFrança2 de Março de 1956 
 - Independência daEspanha7 de Abril de 1956 
Área 
 - Total446 550 km² (57.º)
 - Água (%)250
 FronteiraArgéliaSaara Ocidental eEspanha
População 
 - Estimativa de 200733 757 175 hab. (37.º)
 - Densidade70 hab./km² (122.º)
PIB (base PPC)Estimativa de 2013
 - TotalUS$ 181 900 milhões * US$3 (56.º)
 - Per capitaUS$ 4600 (190.º)
IDH (2012)0,591 (130.º) – médio4
MoedaDirham marroquino (MAD)
Fuso horário(UTC+0)
 - Verão (DST)EST (UTC+1)
ClimaMediterrânico (no norte) edesértico
Cód. ISOMAR
Cód. Internet.ma
Cód. telef.+212
Website governamentalwww.maroc.ma

Mapa de Marrocos
 O francês é amplamente utilizado em textos oficiais do Governo, e pela comunidade empresarial, embora não sejaoficial. O árabe marroquino, uma variante da língua árabe, é o idioma nativo mais comum. Também são faladas váriaslínguas berberes.
Marrocos (em árabeالمغربtransl.: al-Maġrib; em berbereAmerruk / Murakuc), oficialmente Reino de Marrocos5 (em árabe: المملكة المغربية; transl.: al-Mamlakah al-Maġribiyya; em tifinaghⵜⴰⴳⵍⴷⵉⵜ ⵏ ⵓⵎⵔⵔⵓⴽtransl.: Tageldit n Umerruk) é um país localizado no extremo noroeste da África, estando limitado a norte pelo estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha e Gibraltar), porCeuta, pelo Mediterrâneo e por Melilha, a leste e a sul pela Argélia, a sul pelo Mauritânia através do Saara Ocidental (território maioritariamente por si controlado) e a oeste pelo oceano Atlântico. A capital do país é a cidade de Rabat. Marrocos retirou-se da União Africana, quando a República Árabe Saaráui Democrática foi aceite como membro.

História[editar | editar código-fonte]

Marrocos, tal como grande parte do Norte de África esteve sucessivamente sob o domínio dos fenícios, do Império Romano e do Império Bizantino até à chegada dos árabes, que trouxeram o Islão e fundaram o reino de Nekor, nas montanhas do Rife, no século VIII.
Os berberes, no entanto, assumiram o controle no século XI e governaram, não só Marrocos (agregando-lhe reinos vizinhos), mas também a parte sul da península ibérica, até ao fim do século XII.
Em 1415, Portugal vira os olhos para a África e empreende a conquista de Ceuta e, no século seguinte, a maior parte do litoral marroquino estava nas mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua sob soberania espanhola até hoje.
Em 1904, na Conferência de Algeciras, a Inglaterra concedeu à França o domínio de Marrocos, cujo sultão tinha contraído uma grande dívida com aquele país da Europa (em troca, a França concordou que o Reino Unido governasse o Egito). Em 1859, a Espanha anexara Marrocos, anexação essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al-Hafid aceitou em 1912 o estatuto de protetorado francês.
A seguir à Segunda Guerra Mundial, de acordo com a Carta do Atlântico (assinada em 1941 por Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt), as forças vivas de Marrocos exigiram o regresso do sultão Mohammed V e em 1955 a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia, concordou com a independência da sua colónia, que foi celebrada dia 2 de Março de 1956. A mudança do controle francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do partido independentista Istiqlal decorreu pacificamente.
Em Agosto de 1957, Mohammed V transformou Marrocos num reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlal se dividiu em dois grupos: um abrangendo a maioria dos elementos do partido, conservador e obediente a Mohammed 'Allãl al-Fasi, apoiante do rei; outro, de carácter republicano e socialista, que adoptou o nome de (União Nacional das Forças Populares), Muhammed aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral.
Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho de Mohammed V (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que foi aprovada uma constituição de cariz monárquico-constitucional. Um ano depois foram realizadas eleições parlamentares que levaram a conjuntura política a um beco sem saída. Tal facto permitiu a concentração de poderes em Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em 1972, que só foi implementada efectivamente após outra tentativa de golpe de Estado em Agosto desse ano.
Muralhas em Rabat
O ano de 1974 marcou o início de uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Saara Espanhol, rico em minérios (sobretudofosfato), pretensão essa que foi concretizada em Novembro de 1975, com o avanço da "Marcha Verde", constituída por 350 000 voluntários desarmados, sobre o protetorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura de um acordo em que eram satisfeitas as ambições de Marrocos.
No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha Polisário(Frente Popular para a Libertação de Saguia e do Rio do Ouro), apoiada pela Argélia e, mais tarde, também pela Líbia, que recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a condenação por parte das Nações Unidas; e, terceiro, a criação da República Árabe Saaráui Democrática em 1989, que tem obtido o reconhecimento de um número crescente de países.
Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, propôs um aprofundamento das negociações com o objectivo de promover um processo de recenseamento eleitoral o mais completo possível, de modo a um futuro referendo ter uma legitimidade aceitável por ambas as partes.
Por último, é de salientar o papel que Marrocos tem desempenhado no importante processo de paz naPalestina, através de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) e Israel, que permitiu, nomeadamente, o estabelecimento de interesses económicos naqueles países.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite do território marroquino
Localizado no Magrebe, o reino de Marrocos é banhado pelo oceano Atlântico a oeste, e pelo mar Mediterrâneo a norte, e faz fronteira com a Argélia a leste, a sul e sudeste com a Mauritânia. Abrange uma área total de 446 550. A capital, Rabat, com uma população de 1 618 700 habitantes (2004), destacando-se também outras cidades, como Casablanca, a maior do país, com 3 741 200 habitantes, Tânger (629 800 habitantes) e Fez (1 019 300 habitantes).
Marrocos caracteriza-se por ser um país montanhoso, destacando-se quatro grandes cadeias montanhosas: o Rife, com a orientação noroeste-sudeste, que faz, geologicamente, parte das cordilheiras do sul da península Ibérica, e que tem como ponto mais alto o monte Jbel Tidirhine com 2 456 m, o Médio Atlas, o Alto Atlas e o Anti-Atlas. As três últimas integram aCordilheira do Atlas, que se estende desde a costa atlântica até até à Tunísia, atravessando a Argélia. O Médio Atlas situa-se no centro-norte do país, imediatamente a sul do Rife, do qual está separado pela zona de planície conhecida como corredor de Taza. O Alto Atlas, a cadeia com as montanhas mais altas do país, onde se encontra o Jbel Toubkal (4 165 m), o pico mais alto do Norte de África, situa-se a sul do Médio Atlas. O Anti-Atlas é a cordilheira mais meridional e mais árida, que faz fronteira com o deserto do Saara. A região nordeste é ocupada pela bacia do rio Muluya, uma região de terras baixas, semiárida, criada pela erosão do rio. Mais a leste e a sudeste, encontram-se os altos planaltos, com cerca de 1 000 metros de altitude.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Grupos étnico-linguísticos em Marrocos em 1973
Em 2003, a população era de 31 689 263 habitantes, que viviam principalmente nas áreas planas a norte e oeste da cadeia do Atlas. As taxas de natalidade e de mortalidade eram, respetivamente, 23,26‰ e 5,78‰.
A esperança média de vida era 70,04 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) era 0,654 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) era 0,590 (2001).
Estima-se que, em 2025, a população seja de 42 553 000 habitantes.
Os árabes representam cerca de 70% da população e os berberes 30%; todas as outras etnias não chegam a corresponder a 1%.[carece de fontes] A religião dominante é a muçulmana sunita (99%). A língua predominante no país é a variante marroquina do árabe.

Cidades mais populosas[editar | editar código-fonte]

Política[editar | editar código-fonte]

Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente, mas em que o rei é igualmente o chefe do governo.7
A aliança de forças políticas que patrocinaram a independência manteve-se no poder até 1958, quando o Partido Istiqlal assumiu o governo. Pouco depois, o partido dividiu-se em duas facções. A ala esquerda, excluída da administração central, venceu as eleições legislativas realizadas em 1960, tornando-se importante força de oposição ao governo conservador então no poder. Em 1961, com a morte do Rei Mohammed V, subiu ao trono seu filho, Moulay Hassan, que passou a governar com o nome de Hassan II.
No seu conjunto, a política externa de Marrocos pode ser qualificada de "ecuménica", na qual cabem relações, embora frias, com Israel, e bom entendimento com os Estados Unidos, excepto no que diz respeito a diferenças quanto ao Oriente Médio. Além disso, Marrocos vem ampliando o escopo de sua actuação diplomática, mediante a intensificação das relações com a América Latina e o Extremo Oriente – especialmente com a República Popular da China e Coreia do Sul. Mohammed VI está pessoalmente empenhado em diversificar e intensificar a presença marroquina no cenário internacional.

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Regiões de Marrocos
Marrocos está dividido em 16 regiões (capitais entre parênteses):
  1. Chaouia-Ouardigha (Settat)
  2. Doukkala-Abda (Safim)
  3. Fez-Boulemane (Fez)
  4. Gharb-Chrarda-Beni Hssen (Kenitra)
  5. Grande Casablanca (Casablanca)
  6. Guelmim-Es Semara (Guelmim) (*)
  7. Laâyoune-Boujdour-Sakia El Hamra (Laâyoune) (*)
  8. Marrakech-Tensift-Al Haouz (Marrakech)
  9. Meknès-Tafilalet (Meknès)
  10. Oriental (Oujda)
  11. Oued Ed-Dahab-Lagouira (Dakhla) (*)
  12. Rabat-Salé-Zemmour-Zaer (Rabat)
  13. Souss-Massa-Drâa (Agadir)
  14. Tadla-Azilal (Beni Mellal)
  15. Tânger-Tetuão (Tânger)
  16. Taza-Al Hoceima-Taounate (Al Hoceima)
(*) As regiões indicadas por asteriscos estão parcialmente ou totalmente localizadas no Saara Ocidental.

Economia[editar | editar código-fonte]

Uma turista anda de dromedário. O turismo tem sido uma fonte de rendimento para muitos marroquinos.
A economia deste país baseia-se na agricultura, nos serviços, na indústria transformadora e na exploração mineral.
A terra arável abrange 8,5 milhões hectares e proporciona produções de trigomilhocevada,arroz citrinoscana-de-açúcar e algodão, entre outras. A exploração mineral centra-se na extracção de fosfatos no Saara Ocidental.
As principais produções das indústrias transformadoras são os produtos alimentares, os têxteis, os artigos de couro e os adubos. O turismo constitui uma importante fonte de receitas. Os principais parceiros comerciais de Marrocos são: Portugal,FrançaEspanhaEstados Unidos e Alemanha.

Cultura[editar | editar código-fonte]

Erg Chebbi, uma das duas zonas de dunas do Saara marroquino
Um dos grandes eventos de Marrocos é a ultra-maratona na areia, que é disputada no sul do país. Os competidores percorrem 206 quilómetros em seis etapas. Os participantes carregam uma mochila com todo o material necessário, mas só podem beber nove litros de água por dia. Tempestades de areia e bolhas nos pés são os maiores obstáculos. Em 1994, o vencedor foi o russo Andrei Derksen, com dezasseis horas e 55 minutos.
No jantar marroquino, as mesas geralmente não ficam preparadas, pois os pratos são trazidos pouco a pouco. Uma empregada ou um membro mais jovem da família (sempre uma mulher) traz uma bacia de metal com sabão no meio, às vezes feito de esculturas artesanais, e água em volta. As mãos são lavadas e uma toalha é oferecida para secá-las.[carece de fontes] Os marroquinos têm o costume de beber chá verde com hortelã (menta) e açúcar antes e depois da refeição. Agradecem a Deus dizendo bismillah. Eles comem primeiramente de um prato comunitário, com a mão direita, o polegar e os dois primeiros dedos. No fim das refeições, agradecem novamente dizendo all hamdu Lillah, que quer dizer: "graças a Deus" e repetem o ritual de lavar as mãos.[carece de fontes]

Desportos[editar | editar código-fonte]

No desporto, teve como grande astro o atleta Hicham El Guerrouj, o mais rápido meio fundista de todos os tempos, detentor de três recordes mundiais homologados pela IAAF: 1 500 metros, milha (1 609 metros) e 2 000 metros.

Feriados[editar | editar código-fonte]

DataNome em portuguêsNome em árabe
2 e 3 de março]]Independênciaعيد الاستقلال
1 de maioDia do Trabalhadorعيد العمال
23 de maioDia da Naçãoيوما للأمة
9 de julhoDia da Juventudeيوم الشباب
13 de julhoCoroação do rei Mohammed VIيوم تتويج الملك
30 de julhoFesta do Trono L'Aïd el Archالطرف على العرش
14 de agostoDia da Lealdadeأيام المعرض
20 de agostoAniversário do Reiالذكرى السنوية للملك

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